19 de janeiro de 2012

Pulsasão




                          Pulsação.


Sei lá... O que vou dizer, desse nosso mundo? Você, acha que está conturbado? O outro, me refiro àquele, o que pensa? Tivemos muitas mudanças, em tão pouco tempo. A tecnologia, ciência, são supremas? Parece que entristece, ouvindo esses fatos, contados, esmiuçados, pelo saber da nossa turma. Muitas mudanças, fatos novos, no entanto, outras estão no atrazo. Falta a compreensão, racional, dos que aqui vivem. Levam-se, por qualquer falsa promessa, munidos só de esperança. Isso não basta. Aproveitam-se os enganadores, falsos pregadores, da moral, religião; ordenadas, só para empobrecer, as mentes humanas. Havemos de resgatar o melhor, firmarmos o entendimento, abrirmos nossas mentes. Afinal, estamos aqui, única oportunidade, passeio especial, sem retorno. Vamos desperdiçar, raciocinando, com a cabeça dos outros?. Admitir o pecado de viver intensamente. Querem tirar-lhe a felicidade, inventar-lhe um peso, impondo uma dependência divina, nos seus dias, em tudo que faz. Psicologia subliminar, tirando sua criação, seu poder infinito de pensar, ofuscando-lhe o viver. São os falsos profetas, aliciadores de aluguel, vendedores de ilusão, mercadores de almas, embusteiros de plantão, estelionatários santificados por você mesmo. Arriba!...assuma seu papel, chute os preconceitos, olhe a vida de forma natural. Estamos filosofando? Não...Vendo e vivendo , de fato, a vida lhe será mais proveitosa, constante luta, aprimoramento sem tréguas, mudanças a cada dia, desde o raiar e por do sol. Se fores deste jeito, seu vizinho, com tempo, será. Sua rua, seu quarteirão, seu bairro, sua cidade. É um uníssono, uma sinfonia que não para. Faça uma reflexão, seu Eu vai gostar, seu corpo não rejeitará, vai inundar o ambiente, a alegria será constante, seus beijos mais quentes, seus abraços mais calorosos, suas noites e dias, invejáveis; todos vão querer ser você!... Já pensou? É tudo que a natureza te pede... A sua natureza... Algo indestrutível, sem limites, desde que sejas, apenas humano! Se ainda não estiver contente, vá para seu quarto, feche os olhos, balbucie o que quiser, entre em êxtase criaturaaaa...


Autoria= Gino Marson
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08/01/12

4 de janeiro de 2012

Sonho pesado...

                           Sonho pesado...




Carregou uma mulher, digo jovem, nos braços, dizendo que ia levá-la à polícia. Tinha roubado um pastel.
--- Não... eu não roubei, peguei apenas, foi um impulso!
--- Importa alguma coisa? Vou levá-la assim mesmo... Pediu a um amigo:
--- Eu vi, estava a cinqüenta metros, vamos pegar o meu carro? Eu ajudo a levar! Logo ali, tem um distrito policial, ajudo a testemunhar.
--- Por, favor, não vou oferecer resistência, vamos para minha casa, lá pode até tomar um café...
--- É melhor continuarmos com a missão! Porque pegou o pastel?
--- Como te disse, foi talvez um impulso. Vamos esquecer tudo isto? Vou continuar participando do seu grupo!..
--- Acho melhor irmos até lá, o delegado pode achar até engraçado, apesar de ser noite, as horas ainda não se fizeram longas. Não reclame, melhor para nós dois.
--- Já está cansado? Me carrega no colo a tanto tempo!...                        
--- Não... até me sinto bem... Levinha você? Que ternura! Linda, até que gosto! Pena que roubou um pastel!
--- Olha! Disse o amigo: Eu estava longe demais, acho que não vi de fato...
--- Agora é tarde, já estamos chegando. Logo ali! Está vendo?
Que fria!... --- Disse a garota, sem esforçar-se para fugir. Como pude?... Nem tinha fome!
--- Cá estamos! Quer entrar? Vai contar tudo?
---  Me trouxe até aqui, agora prossiga!
--- Não vou prosseguir... Está no meu colo, gosto muito do que fiz, mais ainda, é meu amor secreto. Linda, te amo!... Fui péssimo ator, melhor voltarmos, não acha?
--- Só volto, com uma condição!...
--- Qual?
--- Me dá um beijo, caso contrário, eu te dou... Já me carregaste, provou ser bom ator, até me acostumei com a idéia... Te amo também, vamos comer um pastel, no seu amigo? Ainda está aberto, eu pago desta vez...
--- É a melhor maneira, nesta noite linda. Ufa... Já estou ficando cansado!...
--- Me põe no chão... poô... poô... Meu bem...
--- Está bem, minha princesa! Haa... Haa... Haa...

Autoria= Gino Marson
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04/01/2012

Che...

                                    Che...

Ele chegou fumando, ofegante, tossia, era madrugada, melhor hora para nos ver, conversar, falar dos sonhos, um dia melhor para nuestros ninos. Escutamos, escutamos, nos dizia:
--- Não somos seus inimigos; os soldados são, o regime é, americanos mais ainda. Se intrometem em todos os países. Falsos moralistas. Querem que todos sejam como eles!...Ajudem, unam-se a nós; seus filhos agradecerão.
Olhei para aquele homem, me parecia abatido, cansado, seus olhos denotavam sinceridade. Lembrei dele, até chorei!... Somos campesinos, pobres, sem perspectiva, mas somos honestos, também filhos da pátria. Olhou para todos nós, um olhar profundo, nunca esqueço... Falou, com voz mansa...
--- Todos querem, um dia, de verdade, ser donos deste país? ---Sim, disseram todos, em uníssono, meio assustados!...
--- Então nos ajude, sejam fiéis, concentrem seus esforços, a hora está chegando. Somos seus irmãos.
Uma mulher, pequenina, com voz muito frágil, lhes disse: --- Caminha com fé, esperança, estamos a seu lado!...
Ele olhou a todos, mais uma vez, com olhar brilhante, sorriu suavemente, percorreu a todos, abanou a cabeça, sinal positivo. Percebi algumas lágrimas, em seus olhos. Era manhã, não podiam ficar por muito tempo, onde estavam, não havia escolas, nem estradas, civilização jamais havia chegado. Perguntou:
--- A estrada?
--- Senhor, não tiene estrada, aqui não há caminhos, nós os fazemos, vá por ali!... Retirou-se, sem dizer nada. Última vez que vi, sua silhueta, lá no fundo, fraco, cheio de fé. Não sabia que era ¨Che¨. Meu Deus, me perdoe!...

Autoria= Gino Marson   06/01/2012            18:23

O tempo, talvez.

                                      O tempo, talvez.

Pode ser... Santo Antonio, São João, São Pedro... Era um desses três, não me lembro corretamente, fazia frio, usávamos roupas de lã; nem precisaríamos, nossa presença aquecia o ambiente. Éramos quase puros, faltava só um pouco, a maldade não fazia parte de nossas vidas. Estávamos felizes, apesar do frio, nossas vozes saiam, fluíam, sem receios, sem medos. Falamos, de tudo um pouco. O tempo era nosso aliado. Os olhares eram fundos, sem preconceitos. Quanta vontade... Ter tudo que queria, num só instante. Impossível de abraçar tudo, segurar o tempo... O tempo é infinito, não se controla, embora o sintamos, não tem cor, nem cheiro, tampouco volume, forma específica. Que bom, se pudéssemos, revirá-lo, guardá-lo, embrulhá-lo, retorná-lo quando quiser... Se a máquina que o controla, fosse nossa aliada, poríamos tudo de trás para frente. Voltar a felicidade, como criança que brinca no play-ground. Escutar os mesmos sons, sentir o mesmo frio, falar tudo que se falou, mais francamente, sem censurar, encontrar o doce encanto, nas pequenas palavras, ditas sem remorso, o prazer, a vontade, escondida no acanhamento, medida no expressar. Ainda bem, somos humanos, viajamos nossos pensamentos, sem ferir ninguém. Nosso espírito inquieto não cansa, há de buscar, lá atrás, no tempo que não cessa, através da nossa própria máquina, no recôndito do que somos, rememorar, reviver, sem desprezar o tempo. Desculpe-me, senhor e senhora, humanos, cremos que o tempo, um dia iremos controlar, psicologicamente, sem mudá-lo na sua essência. Que gostoso!... Voltar a reviver, tudo mais intensamente... Só lembranças? Isso é que não é!... É o amor personificado no tempo. Talvez... Que bom!... Sonhe também linda, não faz mal a ninguém!



 Autoria= Gino Marson
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04/01/2012