SILÊNCIO
Mudo, calado
Escutava o arfar
Peito falava uma
Linguagem estranha, sofrida
Mulher bem em frente
Olhava, observava,
Calada, lágrimas saiam
Mornas, poucas, calculadas
O dinheiro não tinha,
Faltava, o emprego, o trabalho
O filho comia, mal, pouco
A escola tinha
Repartia, muitos precisavam
O feijão contado
Caia na vasilha de metal
Velha, de muito atrás ganhara
Velho não cozinhava
O cachorro nem se fala
Chorava com rebeldia
Tudo pairava, tudo
Do nada se construia
Não era a morte, nem o fim
Amanhã seria menos ruim
Amanhã, até Deus
Vai se lembrar de mim
A vida não cessa
Apenas um momento
Só um momento
Tudo passa, tudo passa
Até o tempo sem fim
Lembrar-se-a de mim
Arrumo uma trouxa
Muito pouca roupa
Mudo, caminhando aos poucos
Mudarei os que caminham
Caminhando comigo, com ele
Juntos mudaremos
O mundo!..
Autoria= Gino Marson 24/11/2017 1:26
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