19 de outubro de 2016




                               MULHER

O corpo com a cor do jambo. Jambo? É... Aquela fruta gostosa, como ela é. Ainda um ar de menina, adulta, apesar do olhar meigo, triste algumas vezes, sorriso aberto outras, mostrando seus lindos dentes, olhar querendo mais, doce como o mel, percebe-se no olhar maroto. 
Lá fora, quando viajou, um país de branquelos, passaram o dedo no seu braço, no rosto, pensando na tinta que sairia. Que nada!.. 
--- Não é pintura, dizia. É minha cor. Não fui pintada. Sempre fui assim...
Quando anda, balança, mostra toda a juventude. Que juventude!.. Sem tê-la totalmente pelos anos, ainda sua sensualidade perdura. As vezes... No olhar triste, profundo, perdido, como fosse embora pelo mundo, procurando ser feliz, apenas um pouco, daquilo deixado atrás. Ensina, fala manso, sempre querendo um retorno. Aprende, ouve, não fala muito, os olhos nos olhos, marejados as vezes pelo sofrimento, o amor reprimido dos outros. Gosta do abraço, apertado, quebrando ossos, o beijo demorado, devorando, sentido até em baixo, pois ali se resume a falta do ócio... Dizia:
--- Quero viver, nem que tenha um troço, quero ser; comida, bebida, revirada, judiada, sem dor, só amor, enquanto posso...

Autoria= Gino Marson       16/09/2016    21:08
 

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