1 de dezembro de 2015




                      RASTROS

Quando escrevemos, deixamos um rastro de nós. Nas entrelinhas, enquanto escorre o pensamento, fica um rastilho; aquilo que não explode, uma pista para o desarmador. Não é um pecado, apenas uma marca. Deixamos sempre isso, não mudamos todos os dias, nem radicalmente durante a vida. Somos, até diria, um protótipo. Esticamos a infância, prolongamos a adultice. Amadurecer é perder os estribos, ficar solto, sem rédeas, galopando vertiginosamente, sem rumo, assumindo a loucura de viver, apenas por momentos; sabendo que a eternidade não está aberta a todos, mesmo aqueles arriscadores contumazes. Tudo é um mistério. Nunca desvendaremos, não nos pertence esse conhecimento, muito menos à religião, aos conceitos cobertos de penumbra humana, decididos nas academias e crenças...

Autoria= Gino Marson       29/11/2015     2:52

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