10 de janeiro de 2018




                          VISITA

Ele dormia, um sono profundo, nem roncava, uma voz lhe dizia: Vá a porta, não tenha medo, abra tranquilo, ela vem te ver, também uma peça muito antiga, querida. É dela aquela na sala, sozinha, solitária, clarinha, os fios de ouro embelezam sua soberania. Os vidros de cristais ainda mais irradiam. Luz penetrante realçam mais, apesar de vazia. Se a Rainha pedir, diga que sempre será sua, não possível de resgatar dali. Foi de sua mãe, agora Marília se foi também. Quem ficou resgatou sua linda cristaleira senhora Rainha. Não a leves, de forma impura, tropeçando pelos corredores transportando de maneira ímpia... Rainha, deixa-a ai, bem quietinha, cuidaremos dela, como se dela descendessemos. Sei que é sonho, talvez não seja real. Só sei que ele acordou, atendeu na porta. Humildemente te agradeço a visita. Venha sempre. Sempre receberá. Sua cristaleira jamais será vendida... Venha enquanto nós tivermos vida. Sua peça rara, de família, será defendida na sala de estar. Brilhará como se tivesse ela mesmo vida. Aquilo que nos move, nos conforta, é seiva pura, sangue corrente nas veias, não azul, mas de Rainha...

Autoria= Gino Marson     04/01/2018   0:28

Um comentário:

  1. Quem esquece um dia a cristaleira que teve? Fica sempre na memória. Só tenho lembranças.

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