24 de setembro de 2016



                             ESTAÇÃO

Angelus estava esfuziante, esperando a primaVera!.. Da última vez que a viu, fazia um ano, ele estava com saudade. O cheiro gostoso, podia sentir no ar que respirava. Perfume inconfundível, parecia tão natural, de dentro, exalava sem que ela já estivesse descoberta, nua no seu cio. Como era bom aquele frescor, lembrava Angelus. Mal podia esperar, aguardar, só pensava aquilo, parecia obsessão, algo que não sai do pensamento. Quando ele pode tocar, sentir com as mãos, seus pelos até ouriçaram, como se flor ainda em botão fosse, até acariciar seu aveludado pode, suas vontades de homem emergiram. Como mulher, sem as vestes, soberba, nua, ela tem o cheiro da rosa aberta, exemplo de amor, fora os outros odores gostosos; confundem o seu olfato. Quando a primaVera chegou de fato, nem guardou as malas; largaram-se num abraço de quebrar ossos, beijos sem cessar, pois a saudade era tanta... tanta...
A primaVera fechou-se nele, esgarranchou, toda a noite e os dias foram poucos, se amaram, fundiram seus corpos, nunca mais precisou esperar a primaVera com tanta ansiedade...

Autoria= Gino Marson     22/09/2016      14:05

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