24 de outubro de 2015



                       EMBALAGEM

Deparei com uma embalagem, linda, clarinha, transparente, de produto de limpeza. Olhei, observei, vi as sacolas de plástico dos supermercados...
O ser humano está se enterrando no lixo porque aceita, quer. É masoquista. Tem as formas de evitar tudo isso e não faz. 
Aquela embalagem plástica; uma escultura da nossa sociedade, a garrafa de vidro, usada para o vinho, a mesma que eu higienizo, colocando dentro o vinho artesanal que faço. Chorei... Não sei se de raiva ou contentamento, pelo bom pensamento...
Quando era criança, no sítio, não fazíamos lixo. Os saquinhos de papel, sobravam do armazém, meu pai utilizava para acender a lenha no fogão, como embalagem dos produtos que vendia aos conhecidos. Ensacava batata doce, mandioquinha, ovos, pimentão, outros produtos. O que sobrava da refeição ia para o cachorro. O restante como lavagem para os porcos. Até a mula comia sobras que se produzia ali, pois eram também parte de nossa família. Animais mais que estimados; nossos amigos incondicionais, amados no dia a dia... As cascas de batata, laranja, outras sobras orgânicas iam para um pequeno buraco e viravam esterco. O leite fornecido vinha sempre no mesmo litro de vidro, lavado todo dia, fechado com uma rolha de sabugo de milho. Não existia lixo. Éramos em cinco.
Tudo deveria ser reciclado e reaproveitado; é da natureza, dela foi retirado e ceifado.  Daria milhares de empregos, o planeta não seria vilipendiado diariamente. Dizemos: Isso não presta, joga fora. Não jogamos fora! Jogamos no planeta, onde vivemos. Apenas descartamos para fora de nossas casas... É preciso produzir, fabricar, dar trabalho. Até quando? O homem não faz acontecer, preguiçoso que é... O paraíso é aqui. Não procures em vão em outro lugar. Até nas relações , políticas, sociais, interpessoais, são feitas por nós. Podem ser perfeitas, suaves, amorosas... Nenhum ET descerá aqui para dizer como é... Temos a mudança em nossas mãos, mentes; apenas saber usá-las, sem ganância, ambição destruidora pelo poder, dinheiro, bens materiais. Eles são daqui, não nossos. Quando se vai por definitivo, sem ficar aqui mais um dia, nada levamos; apenas deixamos um pouco de saudade, daquilo que fomos e usufruirmos!..
Somos a essência daqui... Aquilo que não nos pertence... O planeta solitário no espaço infinito...

Autoria= Gino Marson       24/10/2015      14:58

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