20 de abril de 2016



                         MUNDO NOVO

Billy passou a noite divertindo-se. Chegou cansado, não bebeu, não tinha esse hábito, porém estava cambaleando de sono. Abriu a porta, quase não acerta a fechadura, caiu na cama, num baque só, parecia morto, tamanha exaustão. A noite não se fazia muito presente, outras vezes, chegara mais tarde. Algo estranho prenunciava no ar, uma atmosfera pesada, muito rica na temperatura, exercia um bem estar, esquisito, quase fúnebre, intocável pela imaginação. A estação era verão, só no começo, ainda não causava muito suores, suportável até para as crianças. Eh... Pode ser mudança de tempo, meteorologia descrita com muita segurança. Assim são esses órgãos oficiais, parecem infalíveis: Dizem assim... assim... Dito e fato! Muitas das vezes erram. Na maioria acertam no alvo. Se comentam: "Vai chover" Lá vem água!Quando falam sol, pode ir para a praia. 
Minha nossa!.. Billy dormiu numa tacada única, mais parecia um bebê, depois da mamada noturna.
Atinem... Billy nem imaginava o que viria, pobre rapaz, muito jovem, astuto, uma inteligência ímpar. Reconheceria tudo sem susto, um espanto normal, daqueles iluminados, esperam com fé e sem temor. Vem a luz, primeiros raios, tímidos, fortes. Os pássaros festejando, procurando seu desjejum, um inseto aqui, uma frutinha no cume da árvore, um pingo de orvalho matinal, só para matar a sede, sempre o bom alimento abençoado. Que dia!.. Diria o bem-te-vi, espojando-se no canteiro, cheio de areia. É hoje, vamos comemorar...
Alguém, farreador da noite anterior, já dava sua longa espreguiçada. Abria e fechava os olhos, uma vontade de não levantar, dormir o resto e lindo dia. Afinal, quer saber? Era domingo!.. Domingo de Páscoa... Dia muito santo. Muitos seres comemoram.
Billy sobressaltou, pulou da cama rápido, tinha um compromisso. Sua vó estava no hospital internada, teria que visitá-la. Vestiu-se rapidamente, tomou um gole de café e saiu. Logo que chegou na rua estranhou: A igreja estava vazia, os bares com muita gente, a padaria estava lotada. Foi em frente, logo estranhou novamente, pois não havia polícia nas ruas, o trânsito fluía por si só, sem nenhum problema. Quando chegou ao hospital, ficou sabendo que não existia mais pacientes. Todos tinham ido embora. Vestiram suas roupas normais, mesmo aqueles que tinham sofrido cirurgia, todos, sentiram-se curados e foram para casa. Não teriam mais doenças, morreriam de velhice. Mosquitos transmissores sumiram. Que força estranha estava atuando, mudando todos os procederes. 
No dia seguinte, Billy ficou sabendo que não havia mais roubo, ninguém cometia mais crimes. A polícia não seria mais necessária, as instituições cessariam suas atividades. O Supremo era inútil, os juízes, os políticos.O malfadado imposto de renda não existe mais. Todos pagam uma porcentagem em cada compra que fizer. Prisões estão todas fechadas. Os prédios vão servir para outras finalidades. A religião não mais existia. No sertão nordestino, cada  camponês ganhou uma casa nova, ampla, as moscas que infernizavam os animais, os filhos e também os camponeses, sumiram. Eles tinham agora água em abundância, pois chovia cada três ou quatro dias. Formou-se lá uma grande floresta, os pomares davam gosto, as hortas eram enormes, o gás estava ali até sobrando, a energia, a internet, vinham de um dispositivo que apareceu. Uma haste de um metro, com um pequeno espelho, captava todos os sinais do planeta. O cidadão socorria-se nos seus conhecimentos e inteligência; aumentaram em noventa por cento. Que onda positiva era aquela? Os políticos corruptos estavam todos presos, por tempo indeterminado, em suas próprias casas. O Estado não precisava mais gastar com eles. Em um quarto de sua residência, ficava preso, não podia sair. Uma barreira invisível os impedia de sair e estavam encarcerados. O dinheiro que eles subtraíram do erário, os empresários corruptos também, tinham seus bens leiloados e ia para um fundo específico. Eles só ficavam com que lhes era direito. Quando se exigia uma nova rodovia, logo em seguida lá estava ela pronta. um meio de transporte se fazia urgente, e lá estava ele pronto. Uma rodovia, no meio da maior floresta do planeta, em dois dias, foi reconstruída. Um concreto especial e duas pistas quatro metros acima do solo, até os animais podiam passar por debaixo sem perigo, várias áreas de escape e paradas com infraestrutura. A produção de alimentos quintuplicou. A água, outrora escassa, já vinha todos os dias. Um pouco de cada dia. O que queria mostrar e dizer tudo aquilo? Estava acontecendo! ONDAS POSITIVAS. Uma nova era, novo tempo... Billy sorria como criança. Poderia viver um novo tempo, sem medos, sem ansiedades. Era tudo o que o planeta precisava!..

Autoria= Gino Marson            10/04/2016    12:21

10 de abril de 2016



        
                          BEBÊ

Uma explosão... Nunca para. Sua pilha é eterna. Quando não está aqui, está ali. Sempre gritando e falando. Tia!.. Tia!.. O espaço é pouco para tanta energia. Como é bom ser criança, ser bebê, não ter no que preocupar. Só fazer acontecer... Sua selva é a casa, sua cidade é o Shoping. Quer fazer tudo ao mesmo tempo, como se fosse acabar, ter fim. Quando temos essa tenra idade, queremos o mundo, só para nós. Queremos agarrar as estrelas, tomar um avião, voar sem precisão. Os sonhos não tem limites... Vamos aonde nos dá na telha. O bebê é assim. Que bom ser assim, sem freios, sem espaço já definido. Dorme quando tem que dormir. Acorda com a corda mais sem fim... O bebê, o nosso bebê, é assim... Que relíquia podemos nele definir. Um pedaço do divino está ali!..

Autoria= Gino Marson          10/04/2016     18:20



                               EMBARGO

A voz
Embargou
O grugumilo
Apertou
Queria
Dizer
Não pude
 Estive
Mudo
Tudo
Cessou
O corpo
Ficou
Tenso
Quase
Morto
O coração
Até parou
Deixou
 De bater
Um desastre
Quase fatal
O ser tomou
Por segundos
Fatais
A vida
Para
Separa
Sem explicação
Não era
Tanto
Apenas
Dizer
Singelamente
Te amo...

Autoria= Gino Marson        27/02/2016     19:24

 

8 de abril de 2016




                        O MILAGRE DA BANANEIRA

O pai tinha muitas bananeiras plantadas bem perto de casa. Era uma casa simples, aquela de sítio. Quando colhia o cacho, depois derrubava a bananeira a foiçadas. Naquele dia o pai estava ausente. Quando ele estava em casa, os filhos não se aproximavam do serviço perigoso. A mãe, naquele dia, resolveu cortar a bananeira, já tinha dado suas bananas. O pai estava no eito , lidando com suas batatas. Ela pegou a foice, não era afiada, uma ferramenta velha, de certa forma fazia aquele trabalho. Foi cortar a bananeira. Deu vários golpes, estava difícil de derrear. O menino, na sua inocência, pôs-se de repente a ajudar. Quis empurrar com a mão direita. Levou uma foiçada muito forte no seu pulso. Depois quase apanhou pela traquinice. Foi com muita força o golpe. Só fez um pequeno corte superficial, não decepou a mão. A virgem Santíssima estava observando, ele sem saber, era devoto dela, segurou o desastre nas mãos, a mesma que segurou Cristo ao descer da cruz...

Autoria= Gino Marson    02/03/2016       16:30
 

4 de abril de 2016




                CUIDADORA

Cuidadora pode ser a amante, namorada, mulher, também nenhuma dessas. É aquela altruísta, que tem o dom de ajudar, fazer por bondade, desprendimento; está no íntimo do ser. Nem precisa ser solicitada, está ali prestes a atender, seja por profissão, seja pelo voluntarismo que faz parte do ser. Isso é uma joia em nossos tempos, um achado especial. Ninguém tem tempo para mais nada, estão sempre ocupados com muitas tarefas, esperam que cada um faça por si só. Muitas das vezes, a ajuda é primordial, não espera a vontade de fazer aparecer, por mágica, vontade própria, então a ajuda dada faz parecer, sempre bem vinda , em tempo, na hora certa...

Autoria= Gino Marson    19/02/2016    15:39