15 de março de 2013


                              V E N T O
 
       Eu queria saber quem é o vento. Aprisionei um cadinho
         dele. Deixei bem fechado. Olhava, olhava. Não via. Tinha
         forma nenhuma, cor então nem se fala. Pensei que o cheiro
         ele tinha, pois trazia de várias formas, no entanto não  era
         dele. Era de onde passava. Olhei as árvores, aí vi o  vento,
         olheias folhas rolando ao chão, vi também uma   folha  de
         papel no ar, constatei com certeza; era ele. Não pude ver
         o vento. Sei que ele existe, é livre, não carrega encolhos
         consigo, só não vive sem o restante todo.   Ele  aparece
         porque todo o restante existe. Não pode viver só.